Produtores de soja e representantes da indústria brasileira de óleos vegetais divergiram sobre a moratória da soja e as consequências para os municípios da Amazônia Legal. O assunto foi discutido na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados.
A moratória tem como objetivo assegurar que a soja produzida no bioma Amazônia e comercializada pelos seus signatários esteja livre de desflorestamentos ocorridos após 22 de julho de 2008 – mesmo onde a abertura de áreas foi legalizada pelo Código Florestal.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso, Lucas Beber, disse que são prejudicados pela moratória da soja mesmo os produtores que têm áreas que desmataram legalmente.
Já o representante da indústria brasileira de óleos vegetais André Nassar acredita que, se a moratória for revogada, as consequências serão ainda mais graves. “Nós estamos convencidos de que, se a gente acabar com a moratória, vamos ter boicote à soja brasileira lá fora. E isso é prejuízo para as nossas empresas e para o produtor, porque aí a gente começa a pôr em risco não só a soja que foi plantada em área desmatada.”
A deputada Coronel Fernanda (PL-MT), que solicitou a audiência, disse que a medida que visa proteger a floresta acaba por estagnar o desenvolvimento dos municípios. Segundo a parlamentar, a moratória cria uma divisão na economia e aumenta a desigualdade social e regional, prejudicando os produtores e trabalhadores do campo.