O Palácio do Congresso Nacional ficará iluminado até hoje na cor vermelha, em apoio ao Dia Mundial do Doador de Medula Óssea. A data, celebrada no terceiro sábado de setembro, foi criada pela Associação Mundial de Doadores de Medula (World Marrow Donor Association – WMDA), organização global de registro de células-tronco do sangue, medula e sangue de cordão umbilical.
O pedido para a iluminação especial foi feita pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS).
O objetivo principal da comemoração é agradecer a todos os doadores e reforçar a urgência dos pacientes que aguardam na fila de espera por um transplante. O transplante é necessário para pacientes com doenças que comprometem a produção normal de células sanguíneas, como as leucemias; além de portadores de aplasia de medula óssea e síndromes de imunodeficiência congênita. É na medula óssea que se localizam as células-tronco hematopoéticas, responsáveis pela geração de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas.
No Brasil, mais de 5,7 milhões de pessoas estão cadastradas como possíveis doadores no Registro de Doadores de Medula Óssea (Redome). O registro brasileiro é o terceiro maior banco de doadores do mundo, atrás apenas dos registros americano e alemão, mas o único totalmente público. Atualmente no País, 650 pacientes aguardam na fila por um doador compatível que não seja parente.
Requisitos para ser um doador de medula óssea:
– ter entre 18 e 35 anos de idade;
– estar em bom estado de saúde;
– não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (como infecção pelo HIV ou hepatite)
– não apresentar história de doença neoplásica (câncer), hematológica ou autoimune (como lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide).
Como proceder
O interessado em doar deve ir a um hemocentro levando um documento original de identidade e preencher um formulário com suas informações pessoais para o cadastro. Além disso, será necessária a coleta de uma amostra de sangue (5 ml) para testes de tipificação HLA – fundamental para a compatibilidade do transplante.
Esses dados serão incluídos no Redome e, em caso de identificação de compatibilidade com um paciente, o doador será chamado para realizar outros testes.
Como é realizada a doação de medula óssea
A coleta das células-tronco é realizada em centros de transplante ou hemocentros públicos ou privados de todo o país autorizados pelo Ministério da Saúde.
A obtenção dessas células pode ser feita de duas formas:
Na coleta de medula óssea, o procedimento ocorre em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação de 24 horas. As células serão coletadas através de punções no osso do quadril. O procedimento dura cerca de 90 minutos.
Na doação por aférese (separação dos componentes do sangue por centrifugação), as células-tronco hematopoéticas são coletadas diretamente da corrente sanguínea, através de um procedimento que dura cerca de 3 a 4 horas. Nesse caso, o doador deverá receber uma medicação por 5 dias para estimular as células-tronco.