Comissão ouve fabricante do avião da Voepass que caiu em Vinhedo (SP)

FAB/Divulgação
Investigadores olham restos de um avião que caiu
Equipe francesa auxilia na remoção de motores da aeronave da Voepass
A comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha as investigações do acidente com o avião da Voepass realiza nesta quarta-feira (27) mais uma audiência pública. Desta vez, para ouvir representantes da Avions de Transport Régional (ATR).

O debate atende a pedido do coordenador do colegiado, deputado Bruno Ganem (Podemos-SP), e será realizado a partir das 15 horas, no plenário 6.

“Como proprietária e fabricante do modelo ATR-72, a ATR possui conhecimento técnico detalhado sobre o projeto, fabricação e manutenção da aeronave”, afirma Ganem.
“Sua participação é essencial para esclarecer se houve alguma falha técnica ou de fabricação que possa ter contribuído para o acidente.”
O deputado afirma ainda que os fabricantes têm acesso a dados técnicos e históricos de desempenho das aeronaves que operam globalmente. “Convidar o fabricante demonstra um compromisso com a transparência e a colaboração na investigação.”
Ganem lembra que a aeronave modelo ATR-72 já esteve envolvida em outros acidentes, nos Estados Unidos, em Cuba, em Taiwan, no Nepal. Isso, segundo o deputado, demonstra a importância de envolver os representantes da ATR na investigação.

 

 

Relembre
Em 9 de agosto, a aeronave da empresa que partiu de Cascavel (PR) com destino a São Paulo caiu em Vinhedo, próximo à capital paulista, matando 62 pessoas.

No fim de agosto, a Câmara dos Deputados criou uma comissão externa para acompanhar as investigações.

Uma das hipóteses investigadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), do Comando da Aeronáutica, é o acúmulo de gelo em partes do avião.

Em setembro, o chefe do Cenipa, brigadeiro do ar Marcelo Moreno, apresentou o relatório preliminar do órgão sobre a queda do avião. O documento mostra que não houve declaração de emergência por parte da tripulação antes da queda e que o sistema de degelo da aeronave foi acionado três vezes durante o voo.

Em outubro, o presidente da Voepass, José Luis Felício Filho, disse à comissão que a aeronave havia passado por manutenção na noite anterior e estava plenamente operacional. Ele também assegurou que os pilotos eram treinados para lidar com condições adversas, incluindo gelo.

Na semana passada, a procuradora do Trabalho Luana Lima Duarte Vieira Leal disse aos deputados que a empresa tem “robusto histórico” de desrespeito a direitos trabalhistas.