Comissão aprova mudança em lei para restabelecer competência decisória dos conselhos de autoridade portuária

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Dia Nacional do Associativismo. Dep. Luiz Gastão (PSD-CE).
Luiz Gastão: retirada de poder dos CAPs prejudicou atividade portuária

A Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados aprovou projeto que restabelece a competência deliberativa dos conselhos de autoridade portuária (CAPs), que foi revogada pela atual Lei dos Portos, de 2013, quando se tornou instância apenas consultiva.

O CAP tem como função principal apoiar e supervisionar as atividades da administração portuária, também denominada “autoridade portuária” pela legislação. O texto aprovado detalha as diversas competências dos CAPs, a formação e a deliberação. Entre as atribuições, destacam-se:

  • decidir sobre pedidos de habilitação de operador portuário recusados pela administração do porto;
  • indicar nomes para o conselho de administração da concessionária do porto;
  • opinar, com poder de veto, sobre nome indicado para diretoria de porto sob controle estatal; e
  • emitir posicionamentos sobre assuntos como horário de funcionamento do porto organizado e alterações da tarifa portuária.

Em relação à composição, a proposta prevê uma ampla gama de atores, incluindo representantes da classe empresarial, trabalhadores portuários, usuários dos serviços portuários e poder público federal, estadual e municipal.

Centralização
O relator, deputado Luiz Gastão (PSD-CE), defendeu a aprovação do Projeto de Lei 3564/19, da deputada Rosana Valle (PL-SP), e dos projetos apensados (PLs 1064/21 e 1455/23), na forma de um novo texto (substitutivo). Gastão explicou que a retirada do poder deliberativo dos CAPs fez com que as decisões ficassem centralizadas no Ministério dos Portos e Aeroportos, em Brasília, com prejuízo para a atividade.

“Essa mudança pode não ter impactado todos os portos, mas alguns não conseguiram continuar com seus desempenhos, pois o formato mais centralizado na tomada de decisões faz com que tudo fique mais burocrático”, disse.

Próximos passos
A proposta tramita em caráter conclusivo e será analisada ainda pelas comissões de Viação e Transportes; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.