Sarau no Espaço Cultural do TRT-15 homenageia desembargadora Maria Madalena de Oliveira
anasiqueira
Qui, 15/08/2024 – 12:53
Desembargadores, juízes, servidores e convidados se reuniram nesta terça-feira, 13/8, no Espaço Cultural “Desembargador Eurico Cruz Neto” do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, para o sarau em homenagem à desembargadora Maria Madalena de Oliveira, falecida no dia 15 de maio deste ano. A iniciativa, pioneira no tribunal da 15ª, foi idealizada pelos curadores do Espaço Cultural, desembargador Marcos da Silva Porto e juíza Marina de Siqueira Ferreira Zerbinatti, e registra mais uma homenagem à magistrada que, por seu amor às artes, também atuava como curadora cultural do espaço, e que completaria 75 anos nesta data.
#ParaTodosVerem: filho da Dra. Madá posa para foto com a caricatura em mãos, ao lado de magistrados do TRT-15.
Pedro Henrique Candido de Oliveira, o filho único da desembargadora Madá, como carinhosamente era conhecida entre seus pares, esteve presente. Prestigiaram o evento, entre outras autoridades, o presidente da Corte, desembargador Samuel Hugo Lima, os vice-presidentes administrativo e judicial, desembargadores José Otávio de Souza Ferreira e João Alberto Alves Machado, o vice-diretor da Escola Judicial, desembargador Luiz Felipe Paim da Luz Bruno Lobo, o presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 15ª Região, juiz Sérgio Polastro Ribeiro, e o presidente da Comissão Especial de Relacionamento da OAB-SP com o TRT-15, Ricardo Ortiz de Camargo. A desembargadora aposentada Mariane Khayat, primeira curadora do espaço cultural do TRT-15, também participou do evento.
O sarau, um encontro multicultural, contou com a participação do Coral do TRT-15, que abriu a festa, sob a regência do maestro Nelson Silva, com a execução das músicas “Lanterna dos Afogados”, de Herbert Vianna, e “O Bêbado e a Equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc. Um slideshow exibiu, durante todo o tempo, uma seleção de fotografias da homenageada em família, com amigos e colegas.
O quarteto da Banda “Amigos da Rita” (em referência à desembargadora Rita de Cássia Scagliusi do Carmo) animou o evento com músicas da MPB, as preferidas de Madá, executadas pelos artistas Chiquinho (pandeiro), André Ribeiro (violão de 7 cordas), Eduardo Pereira (cavaquinho) e Mari Vasconcelos (voz).
A fotógrafa Anita Hirschbruch participou do evento com a mostra de 29 fotos com textos, que integram dois de seus ensaios baseados nas obras “O ovo e a galinha” (1971) e “Água viva” (1973), de Clarice Lispector.
A juíza Marina Zerbinatti agradeceu à Presidência do tribunal que apoiou a ideia de realizar uma homenagem em formato de sarau à magistrada recentemente falecida, e também à Amatra XV. “Este encontro tem como objetivo celebrar o afeto e a memória de uma pessoa que viveu como um ímã agregador, e para isso decidimos reunir todas as paixões de Madá: seu filho Pedro, os amigos, a poesia, a música, a fotografia e as artes plásticas”, afirmou a magistrada.
O juiz Sérgio Polastro afirmou que o encontro serve para “celebrar a vida de quem foi e é especial para cada um de nós”. O magistrado buscou inspiração no escritor e poeta irlandês Clive S. Lewis, autor entre outros de “Crônicas de Nárnia” e “Os quatro amores”, para destacar a importância da amizade (como um desses amores). Polastro lembrou que “a amizade é o mais independente dos amores” já que dispensa “papéis” sociais predeterminados, mas que, em contrapartida, é o que dá valor à sobrevivência em razão dos vínculos que promove entre as pessoas.
A desembargadora aposentada Mariane Khayat falou da criação do espaço cultural pelo desembargador Eurico Cruz Neto (presidente no biênio 1999/2000), e de sua revitalização pelo desembargador Renato Buratto (presidente no biênio 2010/2012), que a convidou para ser curadora. A magistrada também ressaltou a importante colaboração ao longo de todos esses anos da juíza Marina Zerbinatti para o espaço. Ao se referir à amiga Madá, a desembargadora Khayat lembrou algumas passagens da vida que se cruzaram no caminho, como o fato de ambas terem atuado como advogadas em São Paulo antes da magistratura, de terem tomado posse como juízas do trabalho no TRT-15 no mesmo dia e, ainda, terem construído uma amizade que se estendeu por anos.
O filho da homenageada, Pedro Henrique, emocionou o público com um texto de sua autoria, um “tributo” à memória da múltipla Maria Madalena de Oliveira, mãe “sui generis”, mulher feliz, que sonhava em estudar Filosofia mas que, por necessidade de trabalho, cursou Direito no período noturno, segundo ele “o período mais jubilante de sua vida estudantil”. Advogada aguerrida por quase 17 anos, magistrada exemplar, vice-corregedora humana, mas acima de tudo uma mulher invejavelmente culta, carinhosa e espontânea.
A desembargadora e poeta Ana Amarylis Vivacqua de Oliveira Gulla (presidente no biênio 2020-2022) leu um texto de sua autoria em homenagem à Madá, inspirado na música de Ivan Lins, “Madalena”, e a desembargadora e caricaturista Adriene Sidnei de Moura David entregou de presente ao filho da homenageada um quadro com a caricatura de Madá.
O presidente, desembargador Samuel Hugo Lima, falou de seu carinho e admiração pela colega Madá, cujo nome “já é música”, mas também homenageou outras três mulheres, a artista Anita Hirschbruch, a desembargadora aposentada Mariane Khayat e a sua esposa Elenice, a “eterna namorada”.