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Vernissage da exposição “Corpo Todo” de Renata Egreja movimenta o espaço cultural do TRT-15

Vernissage da exposição “Corpo Todo” de Renata Egreja movimenta o espaço cultural do TRT-15

nelipimenta

Seg, 21/10/2024 – 16:12

Vernissage da exposição “Corpo Todo” de Renata Egreja movimenta o espaço cultural do TRT-15
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A programação comemorativa dos 80 anos da Justiça do Trabalho em Campinas foi encerrada, na última quinta-feira, 17/10, com o vernissage da mostra “Corpo Todo”, realizado no Espaço Cultural “Desembargador Eurico Cruz Neto”, no 1º andar do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região. A exposição apresenta mais de 25 peças da artista plástica Renata Egreja, incluindo obras de cerâmica, aquarela e pintura, e convida à reflexão sobre o trabalho não remunerado das mulheres brasileiras e a desigualdade de gênero.Cerca de cem pessoas, entre desembargadores, juízes, servidores e admiradores do trabalho da artista, marcaram presença no evento.

O presidente do TRT-15, desembargador Samuel Hugo Lima, proferiu um discurso enfatizando a relevância da arte na reflexão sobre a desigualdade de gênero. “A exposição vai além das 25 peças distribuídas entre pintura, aquarela e cerâmica. Ela nos traz uma reflexão poderosa sobre o trabalho invisibilizado e não remunerado que, historicamente, tem recaído sobre os ombros das mulheres”, afirmou.

O presidente também ressaltou que a mostra “nos convida a pensar sobre as disparidades de gênero em nossa sociedade”, destacando que isso interfere na economia e na saúde das mulheres. “Esse desequilíbrio, como sabemos, tem profundas consequências, não apenas na vida econômica, como também na saúde mental e física dessas mulheres”, complementou.

Outro ponto destacado pelo presidente foi a escolha do espaço para a exposição. “O espaço escolhido, no coração do TRT-15, onde a justiça é diariamente construída nas audiências de conciliação, não poderia ser mais simbólico. Aqui, a arte e a justiça se encontram, convidando-nos a refletir sobre o trabalho, o gênero e a justiça social de uma maneira diferente, mais sensível, mais profunda. E é sobre o trabalho não pago, invisível, que Renata nos faz refletir com sua arte.” A instalação “Roda de Mães” é outro exemplo emblemático da força da exposição. Com seus tapetes e almofadas bordadas com frases impactantes, essa obra nos desafia a repensar o que é ser mulher, o que é ser mãe, e os tabus que cercam essas vivências. “O que vemos aqui não é apenas uma mostra de arte, é um chamado para o diálogo, para a compreensão e, sobretudo, para a mudança.” destacou o presidente.

Nas palavras da juíza Marina de Siqueira Ferreira Zerbinatti, curadora de 1º grau do Espaço Cultural, “a arte da Renata Egreja agrega brilho e envergadura a uma instituição de vanguarda no Brasil, que nesta semana comemora 80 anos de existência em Campinas”. Ao falar sobre a provocação causada pela arte de Egreja, envolvendo feminismo e igualdade de gênero, a magistrada enfatizou que “o feminismo não passa pela luta entre homens e mulheres, mas sim, pela luta conjunta de homens e mulheres, sem deixar ninguém para trás, unindo esforços para que todos tenham as mesmas oportunidades de acesso e reconhecimento.”

Em sua primeira participação como curador de 2º grau do Espaço Cultural do TRT-15, o desembargador Marcos da Silva Porto fez uma reverência a sua antecessora, desembargadora Maria Madalena de Oliveira, falecida no dia 15 de maio deste ano. O desembargador lembrou da colega, especialmente pela característica do “afeto”. Na sequência, acrescentou que o Espaço Cultural do TRT-15 é um “lugar de afeto”, por ligar o Judiciário à arte e promover a aproximação entre diversos setores da sociedade, por meio da expressão artística. Falou também sobre a riqueza da obra de Renata Egreja, destacando a coleção “Cores do Interior”, por indiretamente se conectar ao TRT-15, único tribunal trabalhista com sede no interior.

Renata Egreja falou sobre sua trajetória no movimento feminista e a abordagem do tema por meio da arte. Também discorreu sobre o trabalho realizado pelas mulheres, tema central da exposição “Corpo Todo”. Para a artista, “estamos vivendo a greve das mulheres”, esgotadas física e mentalmente pelo desempenho de tarefas invisibilizadas e não remuneradas. Egreja ainda explicou a instalação imersiva “Roda de Mães”, trabalho realizado a 12 mãos, que traz uma reflexão sobre questões de gênero, composta por três tapetes de dois metros de diâmetro e várias almofadas bordadas com frases provocativas, também em exposição no TRT-15.

O vernissage contou com coquetel e apresentação musical do Quinteto de Cordas do Conservatório Carlos Gomes, generosamente oferecidos pela Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 15ª Região (Amatra XV).

Unidade Responsável:
Comunicação Social
Seg, 21/10/2024 – 16:12